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Ainda não passaram três meses sobre a governação do novo executivo PS e já deu para vislumbrar que tipo de oposição temos, em particular, o PSD, que até é um partido habituado às lides do governo. Os sociais-democratas estão, sofregamente, a utlilizar maioria absoluta do parlamento para "impor" a passagem de algumas medidas, que nunca fizeram parte do programa eleitoral do PS e que recentemente conquistou as eleições legislativas. Não foi há 2 ou 3 anos, foi em Setembro, é preciso recordar. O argumento de que o governo tem de dialogar e perder uma alegada postura arrogante, não colhe. Foi o PS que ganhou! Não pode agora no Parlamento sujeitar-se a olhar, impávido e sereno, a aprovação de medidas que chocam, directamente, com as propostas apresentadas aos portugueses e por eles sufragadas, há tão pouco tempo.
O líder da bancada parlamentar do PSD teve aliás uma frase que prova não só a verdadeira intenção do PSD, como mostra, à saciedade, que falta gente capaz ao PSD. Diz ele: "a maioria absoluta é deste parlamento, os portugueses assim o decidiram". Isto é passar um atestado de burrice a quem tem pelos menos dois dedos de testa. Os portugueses escolhem um governo para Portugal e não uma oposição para governar. Não se trata, pois, de apenas qualificar o PSD que temos de irresponsável, mas, sobretudo, e mais grave, é um partido da oposição que está a fazer um filme com a realidade e com as decisões dos portugueses.
Descontando algum exagero, este tipo de reacção política, faz lembrar os terroristas que, tragicamente, chocaram com as Torres Gémeas nos Estados Unidos: em nome de um qualquer interesse supremo, que só existe na cabeça deles, fecham os olhos e toca de explodir com tudo. Esquecem-se é dos milhares de inocentes que irão pagar a factura. Politicamente, é quase terrorismo de Estado.
João Freches